quarta-feira, 2 de junho de 2010

O “Foot-ball” menor e amarelado...

Apresentação: Folhar as páginas e fotos amareladas de um acervo é sempre um trabalho interessante e lúdico para a memória do pesquisador. Através do diário de campo, é possível em alguns momentos mostrar essas múltiplas facetas e jogos que ocorrem na memória e nas intersubjetividades presentes na pesquisa etnográfica.
Fundo de Origem: BIEV/NUPECS/LAS/PPGAS
Coordenadores: Ana Luiza Carvalho da Rocha e Cornelia Eckert
Fonte: Coleção Futebol de várzea, Sociabilidade e Memória do Trabalho, ligada ao projeto Estudos etnográficos em antropologia visual e sonora em sociedades complexas.
Autor: Rafael Lopo (mestrando, bolsista CNPQ)
Data: 07 de junho de 2010
Local: Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, Porto Alegre, RS
Tags: Os interiores da pesquisa etnográfica

Ao começar a folhar as páginas, começo a ficar extasiado, e até um pouco desnorteado. Das reportagens extremamente cuidadosas sobre o “choque-rei” do futebol gaúcho, aos confrontos dos times da região metropolitana, me sinto pequenino, entrando no reino dos chapéus panamás e falando com um coelho. Brincadeiras a parte, há muita informação que deslocaria qualquer aprendiz de etnógrafo desatento de seu objetivo de pesquisa. Começo tirando algumas fotos por curiosidade. Os cartazes de cinema me lembram da fala de seu Estevão. Do filme Belinda, ao líder de bilheteria de James Dean, Juventude Transviada, que estava em cartaz no cine Vitória e no Eldorado. As notícias de trânsito e da Voluntários me lembram das outras pesquisas do BIEV, e a maioria das imagens me faz pensar nestas múltiplas e metamorfas feições do tempo na cidade de Porto Alegre. Anúncios de terrenos na Vila Safira, notícias de campeonato de carrinho de lomba (!), tudo me parece ser fundamental para minhas coleções...


Depois de dois ou três exemplares sem nenhuma notícia sobre o futebol de várzea, começo a me tomar por um certo desânimo reflexivo. Desânimo, porque fiquei sem achar nada sobre o futebol de várzea, e reflexivo porque comecei a pensar na relação com o futebol profissional, e imaginei que talvez nem existisse assim esse abismo de diferença que é proclamado nas eras de Ronaldinhos, transações de além-mar, salários “milionétricos” e Copa do Mundo no Brasil!!! Eis que surge, como um elo perdido, o cálice sagrado (do Monty Phyton), a expressão que brilharia por muitos e muitos números da Folha Esportiva: NO SETOR DO FOOT-BALL MENOR...


Sim!!! O “Foot-ball” menor tinha sim seu espaço, e craques como Alfeu e Bicudo, Picolé e Latinha podiam ser elogiados por grandes jornalistas como Walter Galvani, Tulio de Rose, e obviamente, seu Jorge Mendes. Na verdade, nunca apareceu, como era comum em jornais antigos, nomes específicos do autor das reportagens, e isso é algo para se perguntar na entrevista com seu Jorge!

2 comentários:

  1. Não consegui ler o final, a formatação da letra está muito esquisita, pequeníssima!!!

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  2. Pois é, estamos trocando mas o blog nao atualiza! obrigada

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